Mariangel: Um novo rumo para vida
Em meio ao caos em que se encontram os refugiados venezuelanos, o renascimentovem para trazer um pouco de paz. A jovem Eliangel Jose Salazar Uzcategui, de 21 anos, uma das venezuelanas que desembarcou no município de Canoas em setembro, voluntária do programa de interiorização de imigrantes do Governo Federal. Eliangel e o marido, Robert de Jesus Antonio Espinoza, de 19 anos, vieram em busca de uma vida melhor para eles e, principalmente, para a filha que estava prestes a nascer. No dia 09 de novembro, Mariangel veio ao mundo no Hospital Universitário de Canoas. Nascida de parto normal, pesando 3,33 kg e com 50 centímetros de comprimento, a gauchinha se encontra segura acalentada pelos pais. A família projeta
um novo rumo na trajetória de vida. “Mesmo estando longe da minha família, este é um momento muito feliz. É um recomeço nas nossas vidas. Queria muito contar com o apoio da minha mãe nesses primeiros dias, mas sei que a nossa escolha foi toda pensada no futuro da nossa filha”, revela a jovem mãe.




Refugiados venezuelanos e a inserção no mercado de trabalho
Com o fenômeno dos venezuelanos refugiados no Brasil, a Aldeia SOS,em Porto Alegre, já conta com 70 acolhidos. No dia 25 de novembro foram completados 60 dias de estadia e desde a primeira semana já estão no processo de inserção no mercado de trabalho. Em parceria com o SINE e voluntários, que ajudaram a passar os currículos para o português, 15 dos refugiados já estão empregados e 24 em processos seletivos e de entrevistas. Um desafio para os envolvidos foi relacionado a escolaridade e graduação dos acolhidos. Segundo Claudeson Campos, coordenador de serviços do local, haviam currículos que constavam bacharelado e na Venezuela isso é equivalente ao ensino médio brasileiro. Adaptações tiveram que ser feitas pelos voluntários e membros da Aldeia SOS nos currículos, uma vez que isso poderia acarretar em enganos na hora de entrevistas e processos seletivos. Nenhum dos refugiados possui ensino superior. As venezuelanas com crianças pequenas estão concorrendo à vagas em creches municipais diretamente com brasileiros. Algumas já conseguiram e outras ainda não, mas todos se ajudam para cuidar dos pequenos. As mulheres que já estão trabalhando deixam os filhos aos cuidados das que ainda não conseguiram emprego. A educação formal, dos 5 aos 18 anos, já foi providenciada desde a primeira semana de estadia e todos já estão estudando.
Muitos refugiados escolheram a cidade de São Paulo por ser uma grande metrópole e terem mais oportunidades de trabalho. Mais de 14,3 mil venezuelanos tiraram a carteira de trabalho no país. Os locais em que mais se encontram trabalhando são em restaurantes, construção civil, abate de aves, comércio varejista em geral, principalmente de produtos alimentícios,
supermercados, frigoríficos, vestuário e limpeza.